[Resenha] Quando Tudo Volta, de John Corey Walley

Quando Tudo Volta é um livro que comecei sem muitas expectativas, justamente para não ter grandes decepções. Como a capa dele remete um pouco à John Green e livros que temos nos apegado ultimamente, eu preferi não esperar nada demais. Na verdade, eu nem mesmo li a sinopse: simplesmente abri o livro na primeira página e segui esse caminho. E não me arrependo. 
Nesse livro conhecemos Cullen, um adolescente que não vê nada demais em sua vida, que não consegue imaginar nada de genial acontecendo em seu futuro, que é meio tímido, trabalha em uma loja onde tem que atender todos que detesta da escola e que adora seu irmão mais novo. Gabriel, seu irmão, é um cara com uma visão da vida super otimista, que sempre vê tudo pelo lado cheio e que sempre está bem humorado. Os dois se dão super bem, e são verdadeiros amigos.


Além de Gabriel, Cullen tem um melhor amigo chamado Lucas, e a amizade deles é uma daquelas verdadeiras e que com certeza vão durar para sempre. E eles são o extremo oposto um do outro: enquanto Cullen é retraído e quieto, Lucas é o cara popular e sempre feliz, que adora fazer os outros sorrirem e é agradável com todos, mesmo que Cullen saiba que sua vida não chega nem perto de ser tão boa quanto ele faz parecer ser.

Eles moram em uma cidadezinha do interior e nada demais acontece por lá, até que um dos moradores diz ter visto uma espécie rara de pica-pau ao redor da cidade. Depois disso tudo se torna uma loucura, e todos ao redor parecem ficar obcecados com aquele pássaro. Estabelecimentos mudam de nome, pessoas passam a amar o bendito pássaro e a cidade começa a ter uma vida que nunca parecera ter antes. E Gabriel desaparece. 



Além disso, tem uma história paralela que acontece durante o livro, que é a de um cara fanático pela sua religião. E acabamos acompanhando a história dele se desenrolar em, o que descobrimos depois, um tempo diferente da história de Cullen. Enquanto ouvimos as histórias de Benton, esse personagem jovem que faz de tudo para orgulhar seu pai e por isso se dedica aos estudos da bíblia como ninguém. Sim, parece não ter nenhum sentido ao lado da história de Cullen, mas isso é a parte mais genial da história: como a história de Benton se une a de Cullen da maneira mais improvavél no fim do livro.


Lembra quando eu falei que Gabriel desaparecia? Imagina como fica a vida de Cullen e sua família quando uma parte tão importante dela deixa de estar presente. Ele não sabe como superar a falta do irmão, como lidar com os pais e como ter esperanças de um futuro melhor e longe daquela cidade pequena que parece não permitir que ninguém saia dali. Se ser adolescente já é dificil nas situações normais, imagina quando não se vê esperança nem tem seu irmão e melhor amigo ao seu lado.



Quando Gabriel desaparece, Cullen fica tentando descobrir motivos e criando teorias para o que aconteceu. E ele começa a fazer isso com tudo ao seu redor. As relações no livro ficam mais intensas, principalmente porque a carga emocional de todos os envolvidos fica muito mais pesada e presente. Eles tem que lidar com uma situação que ninguém deveria lidar na vida. Também fica mais presente o fato dele estar indignado que a cidade inteira esteja dando mais atenção ao aparecimento do bendito pássaro que ao sumiço de seu irmão.

O texto é muitas vezes bem humorado, obviamente um tanto melancólico, e perfeitamente contruído. John soube escrever essa história. Quando terminei o livro minha vontade era de abraçar o autor e dizer "obrigada, cara. Principalmente por escrever uma história despretensiosa e completamente apaixonante". Chega um momento da história em que você começa a ficar ansioso e tenta descobrir o desfecho das duas histórias - de Gabriel e de Benton, e quando isso finalmente acontece você sente a sensação de dever cumprido, gratidão e alegria. Porque, mesmo sendo despretencioso, o livro soube passar sua mensagem e cativar o leitor. De uma forma realmente sensacional.

1 inspirações:

  1. Gostei MUITO desse livro, principalmente a escrita de John, misturando humor e na maioria das partes melancólica. Os "mistérios" foram muito bem construídos deu uma tensão e fiquei com vontade de reler quando acabou :(

    Abs

    http://tediosoc.blogspot.com

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