[Resenha Nerd] Watchmen, de Alan Moore

     Considerada uma das melhores HQ's do mundo em todos os tempos, Watchmen é a história com estereótipos de herois, uma das obras mais belas de Alan Moore com um caos tão bem organizado que nem sei mais o que estou dizendo. E falar desse clássico dos quadrinhos não é uma tarefa fácil, mas é como disse o tinho Ben: com grandes leituras, vem grandes resenhas.


     Ao longo da leitura nós somos apresentados aos homens-minuto, heróis que viveram nos anos 40, os encapuzados ou mascarados. Comediante, Coruja, Espectral, Justiça-Encapuzada... Esses e outros nomes acabaram por compor nossa lista de super-heróis. No entanto, na guerra do Vietnã os heróis caíram no esquecimento. Houve o surgimento do Dr. Manhattan, um homem que sofrera um acidente no laboratório - aquele clichê que todo mundo adora, inclusive eu! - e adquiriu poderes extraordinários (aliás, é o único com super-poderes em toda a trama). O Dr. Manhattan foi o responsável por criar a fama dos EUA em todo o mundo como a potência que deveria ser temida. Foi por isso que os encapuzados aposentaram. O Coruja virou mecânico, o Comediante se tornou uma espécie de "soldado americano" na guerra do Vietnã, alguns são mortos (ou não). Enfim, não morfavam mais. 


      Anos depois forma-se uma nova equipe, com Rorschach, um dos mais complexos, a filha da Espectral, que assume o alter-ego da mãe como herança. O novo Coruja, O Comediante. Bem, acontece que tudo isso dito até agora não nos é apresentado de forma cronológica, pois somos levados primeiro ao local do crime, onde o Comediante foi assassinado. Ou seja, esse "herói" (sinceramente, um dos que menos me agradou) tem sua vida apresentada ao leitor ao longo dos flashbacks dos outros personagens, e ninguém parecia apreciar o sujeito como um bom amigo.


     Após a morte do comediante, Rorschach (um herói degradante e genial) suspeita de uma conspiração para sabotar os mascarados, seja matando-os ou tirando-os do caminho (como fizeram com Dr. Manhattan). O engraçado é que ficamos o tempo inteiro a procura DAQUELE vilão. Há o Molloc, um sujeito que, sim, foi um vilão que deu muita dor de cabeça, mas todo o tempo não encontramos um arqui-inimigo. Sim, há uma ameaça, mas nem mesmo Rorschach com sua genialidade e incrível capacidade analítica, consegue chegar até a resposta antes de ser capturado pela polícia e agredido um bocado.


     Enquanto isso, a iminência de uma guerra nuclear se aproxima, e os murmúrios nas ruas é de "apocalipse", "fim do mundo", especialmente após o sumiço do Dr. Manhattan, dando abertura para uma possível Terceira Guerra Mundial.

"Não é Deus que mata as crianças, não é o acaso que as trucida, nem é o destino que as dá de comer aos cães. Somos nós. Só nós"
-Rorschach-

      Ao longo da leitura, nós acompanhamos o romance entre o Coruja e Espectral, as divagações de Dr. Manhattan e a grande revelação ao fim da história, com um desfecho surpreendentemente chocante quando se trata de Rorschach. Watchmen é o tipo de obra pra paladares seletos, é preciso realmente gostar para apreciar. Ou, como eu, você pode acabar gostando ao passar de cada página. Uma das melhores HQ's que já li, sem dúvida.


      A leitura é complexa, não é o tipo de obra que dá fundamento à falácia "história em quadrinho é pra criança". Pelo contrário, é preciso ser bem esclarecido e comprometimento com a leitura, além de manter a atenção ligada a todo instante pra não perder NADA. E não espere ter todas as respostas, pois muitas coisas ficam no ar ou simplesmente não são respondidas. Claro, havia planos para elucidarem muitas delas, mas vamos dizer que Alan Moore "mudou de ideia". Enfim, tretas mil a respeito de direitos autorais que não cabem aqui. Mas vale dizer que a leitura é incrível, compensa do início ao fim!


      E, claro, a edição final - volume único - está incrível! Capa dura, extras, processo de criação, de tudo um pouco, item indispensável para fãs e colecionadores. E não dá pra negar: a ilustração é sensacional. Bonito de dar gosto de ver!

É isso aí, pessoal, espero que tenham curtido!
Fiquem na Paz!


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Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos