[Resenha] Outlander, de Diana Gabaldon

      Você já viajou pro passado, em um lugar onde um bando de marmanjo usa saia formam um clã de guerreiros, onde os escoceses acham que você é um espião inglês e os ingleses querem a sua cabeça? Pois é, Claire Randall sabe bem o que é isso.


      Claire, casada com o jovem e amistoso Frank Randall, viveu maus momentos como enfermeira na Segunda Grande Guerra, mas agora, em 1945, ao lado de seu marido nas Terras Altas, nas ilhas Britânicas, ela deseja apenas ter uma segunda lua de mel.   
      Enquanto Frank, um professor universitário renomado, vai em busca de sua árvore genealógica de uma maneira bastante fanática, por assim dizer, a jovem Claire parece mais fascinada nos costumes e nas paisagens do lugar. E seu fascínio aumenta quando ela, acompanhada de seu marido, seguem um grupo de mulheres da região durante a noite. Num círculo de pedras da colina de nome Craigh na Dun (não, não é Stonehenge), aquelas mulheres dançavam e pareciam realizar algum ato místico.
      No calor do momento, ela se aproxima das pedras e, naquele momento, começa a ouvir vozes e brados, como se as pedras falassem. Fiquem tranquilos, nossa protagonista não é doida, ela só estava prestes a voltar duzentos anos no tempo. Normal.


     Ao abrir os olhos, ela percebe estar sozinha, sem Frank, sem mulheres dançarinas da meia-noite, apenas ela e as vozes que, logo, reconhece como um cenário de conflito. Escoceses contra ingleses, para ser mais específico, e mais tarde ela acaba sendo caçada por ambos os lados.
      Depois da terrível experiência de quase ter sido violentada por Jonathan Randall, um antepassado de Frank, cruel e assustadoramente parecido com o marido que Claire deixara no futuro, ela acabou sendo resgatar por um membro do clã dos MacKenzie, um grupo de homens e mulheres escoceses que, pelos próximos dias de sua aventura, seria sua família, por assim dizer.
      Em sua aventura indesejada, ela acaba conhecendo o jovem Jamie, um leal guerreiro do clã cujo pescoço está na mira dos ingleses (em especial do nosso anti-herói, Jonathan Randall), e uma relação muito curiosa irá surgir entre eles. Desde histórias de flagelos terríveis a casamentos arranjados, Claire acaba se apaixonando por um tempo que não é o seu, e no processo, conhecendo uma coragem em si mesma, algo que nem ela acreditava possuir. E nesse discurso de romance barato, posso afirmar que, se você é aficionada por romance de época, então Outlander deveria ser sua primeira escolha.

      Escrito em primeira pessoa, temos a narrativa de Claire descobrindo-se em um novo momento da história. Antes em 1945, de repente, lá está ela caminhando pelos campos britânicos de 1743. Eu preciso dizer, antes de começar, que a autora tinha muitas maneiras de abordar essa "descoberta", a maneira como Claire descobriria ter viajado 200 anos no passado, a sua reação diante desse fato. A escolha que a autora fez infelizmente não me convenceu, mas podem ficar sossegados, isso é só uma observação de um leitor chato que ainda não conseguiu se decidir ter gostado ou não da leitura.
      Quando comecei a leitura de Outlander, esperava muito mais fantasia e muito menos romance, e foi exatamente o contrário que ocorreu. Há, sim, elementos fantásticos na obra, bem moderadamente utilizados, enquanto o romance lambuzou as páginas do livro. As primeiras 50 páginas (de um livro com quase 800!) foram bem difíceis de encarar, cogitei interromper a leitura por não conseguir me conectar com a história proposta. Ainda assim, insisti. Apesar disso, não dá pra dizer que não gostei, pois a narrativa é muito bem feita, com uma descrição tão verdadeira do cenário de das pessoas, uma abordagem tão real das personalidade da protagonista e das outras personagens, que a leitura passou a ser prazerosa.
Cena de Outlander, série de televisão baseada no livro de mesmo nome (por sinal, você tá lendo a resenha desse livro xD)
       A medida que a leitura foi fluindo, Jamie e Claire se tornaram um casal muito querido, é engraçado vê-los agindo como camaradas mesmo diante da química rolando entre eles, ou mesmo da postura que adotam vez ou outra quando percebem que estão dando muita pinta. Mesmo eu, que não costumo me divertir com romances de época, preciso dizer que esse foi bem feito, quase me faz querer colocá-lo como uma leitura favoritada. Não faço isso porque meu preconceito com o gênero está muito arraigado em mim, mas pretendo ler a continuação pra me livrar de vez desse pensamento quadrado!

      Um brinde - digno daqueles feitos em tabernas no meio da noite, acompanhado por amigos escoceses bêbados e broncos - à Diana Gabaldon, que fez uma obra que merece ser lida, não apenas pelos familiarizados com o gênero, como também aos que estão dispostos a mudarem de opinião. Outlander pode convencê-lo de que, vez ou outra, viajar em meio a páginas de gêneros que exploramos tão pouco, pode nos proporcionar uma ótima leitura.


      E para os que gostam de Outlander, saibam que já tem série rolando por aí! E o segundo livro também já tá batendo na porta dos fãs, então nem hesitem em se aventurar nesse mundo criado por Diana Gabaldon!

      Tenham uma ótima leitura, fiquem na Paz!

1 inspirações:

  1. Oi, Pedro!
    Estou lendo Outlander, ainda não vi a série de TV, mas já havia lindo muitos elogios e declarações de amor ao livro. Estou gostando da leitura, já que gosto bastante de romances, mas não encontrei a leitura extraordinária e incrível que esperava depois de tantos elogios que li. Um livro bom, mas achei 800 páginas um exagero para a história! rsrsrsrs

    Beijos,

    Rafa [ blog - Fascinada por Histórias]

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Boa leitura, e vai pela sombra \o/

 
Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos