[Resenha] O Desafio de Ferro, de Black & Clare



                Duas grandes escritoras da atualidade – Cassandra Clare e Holly Black – decidiram unir suas mentes imaginativas pra criar uma saga de cinco volumes de nome Magisterium, uma obra de fantasia com muita ação e muita magia rolando!      
         
                Os dias vividos em O Desafio de Ferro são equivalentes aos atuais, porém se trata de um universo alternativo, onde a magia é notória e apenas alguns se mostram capazes de controlá-la. O Magisterium é a escola onde os aspirantes a magos vão para aprender a controlar seus poderes que, sem instrução, podem ser letais.


               Callum Hunt era um garoto diferente do que ele mesmo imaginava ser, e isso não tem absolutamente nada a ver com sua perna aleijada que seria seu eterno impedimento para tudo o que julgava legal na vida. Órfão de mãe, ele vivia com Alastair, seu pai, um sujeito com muitos segredos que o levaram a abandonar sua magia e, desde então, tenta doutrinar seu filho a não abraçar sua natureza mágica. Na verdade, ele ensinava o filho a odiar magia e tudo relacionado ao Magisterium, e o moleque até que aprendeu bem. Infelizmente os membros do Magisterium acabam enxergando no garoto o potencial para se tornar um mago, o que o leva a fazer o Desafio de Ferro. Alastair o instruiu a cometer todos os erros possíveis, falhar nos testes e, assim, não conseguir passar no Desafio de Ferro. Mas, para alguém com um histórico de fracassos na vida, Callum – Call para os íntimos, ou seja, nós – isso significa que não teria êxito em fracassar... Complicou, né? Pois é, o fato é que ele se esforçou pra não passar, mas deu tudo errado, e acabou sendo aprovado.
                Rolou um bocado de gritos, barraco, mas no fim Alastair não tinha como impedir seu filho, que acabou sendo mandado para o Magisterium. Ele seria instruído pelo mago Rufus, acompanhado de seus dois novos amigos Aaron e Tamara (uma amizade que viria tardia, aos trancos e barrancos), para juntos superarem os desafios advindos com o ingresso à escola.
                E como todo grande mago, é preciso um inimigo mortal e poderoso que, um dia, sofreu declínio e ainda hoje murmura-se sobre ele estar ou não morto. Esse homem é Constantine Madden, o mesmo responsável pela morte da mãe de Callum. Dominador do quinto elemento, Caos, Madden ainda hoje leva terror à comunidade maga, e com isso leva pro leitor um bocado de referência à saga Harry Potter também, uma associação impossível de não ser feita.
                De um jeito muito, mas muito doido, Call está envolvido nisso, assim como seu amigo Aaron e, de lambuja, a sua improvável amiga Tamara. A partir da conjuração dos quatro elementos – água, fogo, terra e ar – o trio vai se envolver em um tanto bom de aventura até encarar o temido Constantine Madden, ou pelo menos é o que esperamos... Certo?


                Escrito em terceira pessoa, a obra de Black e Clare narra a progressão de acontecimentos que ocorrem na vida de Callum Hunt, desde a sua fatídica infância – que o deixou aleijado de uma das pernas – até o presente momento em que trava uma batalha interna: abraçar todos os terríveis conceitos que o pai contara sobre Magisterium ou abraçar sua natureza e viver naquele mundo fantástico. A construção das personagens (como sempre, o que mais me chama atenção, já falei isso mil vezes e continuo dizendo sempre!) foi muito bem feita, embora eu não tenha achado Tamara uma personagem muito consistente. No geral, são cativantes, e a leitura sempre te provoca a continuar lendo!
                Porém, há um problema: o trio de Desafio de Ferro se parece muito com o trio de Harry Potter, e muitos outros elementos se assemelham ao universo que permeia a escola de Hogwarts. Eu sei, eu sei, hoje em dia todo mundo compara tudo a Harry Potter; “Nossa, esse filme parece Harry Potter”, “Nossa, esse livro parece Harry Potter”, “Nossa, seu chinelo parece o Harry Potter”. Tá, eu entendi. Mas, nesse caso, mesmo contra nossa vontade, o livro arremete aos elementos fantásticos da obra de J. K. Rowling. Há momentos em que precisei fazer um esforço quase físico para desvincular Desafio de Ferro da obra do bruxo mais famoso do universo. Embora isso não interrompa a leitura, deixa na gente – pelo menos em mim – um sabor de decepção.
                Ainda assim, não posso deixar de dizer que me diverti na leitura. Callum tende a ser um sujeito amargo e cínico, dando-nos um bocado de riso ao longo da leitura, e o desfecho da história consegue superar parte das semelhanças com Harry Potter e revela sua originalidade, dando um novo papel ao protagonista da trama. Aliás, Callum é um protagonista curioso, pois ele assume uma posição muito mais secundária na maior parte do tempo, ganhando destaque especial apenas ao final do livro.
                Magisterium é uma saga com cinco volumes, sendo que Desafio de Ferro é o primeiro publicado no Brasil.  Se você curte literatura fantástica, criaturas mágicas e escolas com aulas um tanto quanto peculiares, então esse universo é ideal para você viajar sem retorno marcado!

                Tenham uma ótima leitura, fiquem na Paz!

NOTA: descobri, após fazer essa resenha, que as autoras já haviam declarado a semelhança com a obra de J. K. Rowling como intencional (obrigado pelo recado, Laisa xD). Infelizmente isso não muda muito minha opinião, só me deixa um pouco ainda mais chateado. Com certeza reler Harry Potter seria muuuito mais proveitoso do que ler um livro que pega o esqueleto de HP e muda apenas o essencial. É isso, tenham uma ótima leitura xD

2 inspirações:

  1. Oi, Pedro,

    Eu estive no MagisteriumDay e vi as autoras declarando que a série era baseada em Harry Potter, então toda semelhança não é mera coincidência , são 3 protagonistas, 2 meninos e 1 menina, como Harry, Rony e Hermione e o todo. Eu queria ter ganhado o livro no sorteio e saber até ondem elas se "inspiraram" em HP..

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    1. Eita, disso eu não sabia. Mas me deixa ainda mais decepcionado, é como se não houvesse mais nenhuma novidade pra se ver no livro =(

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Base feita por Adália Sá | Editado por Luara Cardoso | Não retire os créditos